O ano de 2020 esteve marcado pela crise de saúde pública causada pela covid-19. Foi um ano que trouxe inúmeros desafios e grandes mudanças.

2021 marca o início de um dos processos mais desafiantes da história recente da humanidade: a vacinação. É a grande esperança que deixa atrás de si um ano cheio de incertezas. A saúde e a sobrevivência de milhões de pessoas dependem neste momento de uma vacina que seja segura e eficaz, disponível para todos, que proteja o direito à saúde e permita retomar e recuperar as economias.

Se o processo de vacinação correr como desejado e a imunidade de grupo for atingida entre a primavera e o verão, o segundo semestre do ano pode ser de crescimento económico real em Portugal.

Inquérito

A quem devem as empresas exigir a vacina? Foi a pergunta que a e-coordina lançou nas redes sociais (Twitter e LinkedIn), tendo em conta que uma grande percentagem dos nossos seguidores são Técnicos ou Responsáveis da Segurança e Saúde no Trabalho, envolvidos diretamente na luta contra a pandemia nos locais de trabalho.

Os responsáveis da Segurança e Saúde no Trabalho viram como se multiplicava o seu trabalho e relevância ao longo do ano 2020.

No entanto, os resultados globais do inquérito deixam discrepâncias nos responsáveis da SST sobre a necessidade ou obrigação da vacinação dos trabalhadores.

As opções eram: trabalhadores, empresas contratadas, ambos, ninguém.

Resultados LinkedIn

  • 33,3% das pessoas opina que ninguém deveria ser obrigado à vacinação.
  • 25% das pessoas responderam que apenas para os trabalhadores próprios deve ser obrigatória a vacinação.
  • 41,6% afirma que a vacina deve ser obrigatória para trabalhadores próprios e trabalhadores das empresas contratadas que acedam aos locais de trabalho.
  • Ninguém considerou que apenas deve ser obrigatória para as empresas contratadas.
Resultados Twitter

Portugal

A mensagem lançada a milhões de portugueses no arranque da vacinação, sublinhou que a sua toma é “facultativa”, ainda que “recomendada”. Portugal não vai fazer o registo das pessoas que não quiserem ser vacinadas, algo que Espanha já confirmou.

Em Portugal, a vacinação é um ato voluntário mas fortemente incentivado. As pessoas podem exercer o direito a não ser vacinadas, mas a vacina não é um medicamento experimental. A vacina da Covid-19 está plenamente autorizada e passou pelo crivo e análise da Agência Europeia do Medicamento em relação à qualidade, segurança e eficácia.

Numa primeira fase serão vacinados:

  • profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes;
  • profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços essenciais;
  • profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares;
  • profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI);
  • profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos; e
  • pessoas de idade ≥50 anos, com pelo menos uma das seguintes patologias:
    • insuficiência cardíaca;
    • doença coronária;
    • insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular < 60ml/min); e
    • doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.