Grande Entrevista: Daniela Rodrigues, Gestora de Ambiente e Segurança da BIAL, conversa com a e-coordina
Daniela Rodrigues, com formação académica em Ciências do Ambiente na Universidade Moderna, é Gestora de Ambiente e Segurança da BIAL desde 2006.
BIAL, empresa farmacêutica portuguesa, fundada em 1924 e sediada na Trofa, soma 95 anos de contributo na melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas em todo o mundo. Dedicada à investigação, desenvolvimento e comercialização de medicamentos, a BIAL investe mais de 20% da sua faturação anual em I&D.
A Segurança e Higiene no Trabalho é um dos nossos objetivos principais.
-Daniela Rodrigues-
É uma preocupação constante.
Pergunta – O ano de 2020 trouxe desafios muito significativos aos profissionais de segurança e saúde no trabalho. Como avalia a realidade vivida neste “novo normal”? Quais as medidas que adotaram para informar os seus trabalhadores internos e externos sobre as novas medidas de proteção e contornar esta situação?
Resposta – Nós começamos por criar e implementar um plano de contingência dinâmico, definido por uma equipa multidisciplinar criada para gerir a pandemia, e que vai sendo revisto sempre que necessário. Também estivemos em contínuo contacto com as entidades de saúde e tivemos um apoio constante do nosso médico de trabalho que nos ajudou a incluir as medidas que implementamos.
Tivemos uma situação em que parte dos colaboradores estiveram em teletrabalho, mas tivemos uma outra parte da equipa, nomeadamente armazém, produção, laboratórios, que tinham de trabalhar a 100%. Isto porque queríamos continuar a assegurar que os nossos medicamentos chegassem aos doentes. Daí que tivéssemos de implementar medidas mais restritivas para que não houvesse qualquer tipo de preocupação ou condicionante à continuidade.
A comunicação foi realizada basicamente através de uma constante formação, mensagens de e-mail, cartazes afixados, etc. Para a parte externa, os prestadores de serviços e fornecedores, condicionamos um pouco a nossa atividade, suspendendo aquilo que considerávamos não ser fundamental.
Em resumo, fizemos chegar toda a informação necessária a todos os colaboradores por correio eletrónico ou newsletter, permitindo-nos continuar com a fabricação de medicamentos, que era a nossa preocupação fundamental.
P – Na sua opinião, qual a importância que a Segurança e Higiene assume no grupo e na atividade? Qual a forma que os diferentes departamentos e unidades do grupo transmitem e/ou comunicam entre si no que toca às questões de segurança para prevenir acidentes de trabalho?
R – A Segurança e Higiene no Trabalho é um dos nossos objetivos principais. É uma preocupação constante. Não queremos interromper a nossa atividade por qualquer questão associada a esta área. Por isso, fazemos um trabalho de terreno, de contínua formação e informação aos colaboradores.
Penso que a segurança e higiene do trabalho está a crescer e na BIAL também. Temos tido muitos bons resultados na diminuição dos acidentes de trabalho, na prevenção e nos cuidados de saúde dos colaboradores.
A comunicação entre departamentos acaba por fluir de uma forma simples porque a BIAL aposta muito na formação de todos os colaboradores e a todos os níveis. Obviamente, na altura da pandemia, foi uma formação mais virtual porque não podíamos estar tão próximos das pessoas. Tudo isto acaba por ser complementar à comunicação interdepartamental.
P – Qual era a realidade antes e depois da parceria com a e-coordina? Que grandes mais-valias trouxe a e-coordina para a empresa? Em que medida é que facilitou os processos de trabalho dentro da BIAL?
R – A BIAL tem um controlo muito apertado em relação aos prestadores de serviços porque queremos que a prevenção seja uma continuidade entre os colaboradores internos e os prestadores de serviços.
Nós fazíamos uma gestão muito manual. Trabalhávamos em Excel, dava-nos muito trabalho ter de validar toda a documentação, estávamos constantemente a solicitar por e-mail a atualização da documentação aos prestadores de serviço… Esta parceria com a e-coordina veio rentabilizar o tempo que dedicamos nestas tarefas. Existe um contacto da plataforma com os prestadores de serviço e eles fazem diretamente a gestão com a plataforma.
Sem dúvida é uma poupança e uma rentabilização do tempo despendido nesta área e que pode ser direcionado para outras áreas.
P – Na sua opinião, qual é que a importância que as empresas portuguesas dão à segurança e higiene? Pensa que é necessário investir mais recursos dentro da Segurança e Higiene no Trabalho?
R – Sim!
A minha opinião pessoal, extrapolando aqui a minha função e atividade na BIAL porque a empresa está numa fase muito interessante e preocupa-se bastante nesta área, a nível nacional diria que ainda há um caminho a percorrer.
Embora nestes últimos anos considero que houve uma evolução fantástica, ainda se considera por vezes, a segurança como um custo. E a segurança não é um custo. A segurança é um investimento na prevenção da melhoria das condições de trabalho, que vai ser rentabilizado pela diminuição de acidentes de trabalho, do absentismo, etc.
Portanto, acho que ainda existe um caminho a percorrer, mas espero que rapidamente a segurança seja vista realmente como um investimento numa empresa e uma área fundamental.
Mas como referi, é a minha opinião pessoal, tendo em conta as condições de trabalho existentes na minha empresa.